10 de nov. de 2015

Oi e um pedido de desculpas


Eu havia desistido.
Triste dizer isso, mas é a mais pura verdade.
Antes de abrir mão verdadeiramente do sonho de ser blogueira, eu parei para pensar. Lembro que ficava andando pelo centro da fria e chuvosa Petrópolis e pensando em como a blogosfera foi a realização de várias blogueiras; ao mesmo tempo que foi a desilusão de tantas outras.
Eu não sabia em quem culpar. Não sei se era para culpar as que já fazem sucesso, as que tentavam fazer sucesso mas produziam conteúdo já existente, o que tirava o interesse dos leitores em potencial; não sei se culpava as empresas que nunca investiam nas pequenas blogueiras, nas iniciantes... ou na triste e difícil realidade de que esse mercado de trabalho está sufocantemente saturado e o sucesso é relativo: se você é bom, você cresce; se não, vai continuar com os seus 100 acessos mensais mesmo.
Sim, muito ceticismo, falta de esperança e excesso de energia negativa estavam me acompanhando naquele dia. Eu queria crescer como blogueira, queria ter destaque, encontrar um espaço na blogosfera e apresentar meu trabalho. Lógico, queria me sustentar com o dinheiro de um trabalho que eu gosto de fazer.
Mas aí nessa onda de pensamentos, os realistas - ou maldosos - começaram a perambular minha mente. "Você é muito comum para se destacar.", "Nada de tão interessante acontece na sua vida para te fazer ser alguém importante, alguém influente.", "Querida, se você não posta sobre moda, beleza ou dieta, esquece.", "Foca na faculdade e em encontrar um emprego comum que é melhor." E aí eu fui viver a vida de forma comum.
Entretanto, observando as maravilhas que a blogosfera traz na vida de Bruna Vieira, Niina, Karol, Taci, Lia e tantas outras, eu percebi que no fundo eu não queria ser como elas. Claro que tudo o que a blogosfera e a fama trazem para a vida dessas mulheres é incrível! Mas o que eu sempre quis, na verdade, era um espaço para chamar de meu e postar as minhas experiências. Se elas forem uma viagem ao Egito e escalar uma pirâmide, ou só o restaurante novo que descobri semana passada, ainda serão minhas.
Quando criei o blog eu tive como objetivo ajudar os adolescentes que estão naquela fase de ter mais responsabilidade. Por isso o nome: o contrário da criança que é imatura, sensível, precisa de proteção e mal sabe como viver. O objetivo inicial não era ganhar dinheiro e eu não podia deixar que a frustração de não ganhar dinheiro com isso me fizesse guardar a vontade de ajudar e testemunhar minha vida para quem tiver interesse.
Então voltei. Comemorem, chorem, me abracem a distância! E eu vou postar aquilo que eu achar que preciso postar. Não para ganhar dinheiro, mil press kits, ser famosa e ryca. Mas por gostar.
Alicia Peclat.

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